Empresas brasileiras de cosméticos investem em sustentabilidade

Cada vez mais a tendência do mercado de cosméticos é investir em produtos feitos com matérias-primas 100% naturais. Na região serrana do Rio de Janeiro, localiza-se a única empresa de cosméticos no Brasil com o selo IBD, a maior certificadora de produtos naturais e orgânicos do país.
“O selo é a garantia que você tem desde a produção até a entrega da matéria-prima, toda aquela cadeia sustentável. Onde você tem respeito não só ao meio ambiente, em termos de produtividade, mas também em termos sociais”, explica o químico Flávio Moraes.
“A gente busca trabalhar com matérias-primas sustentáveis. Por exemplo, esse babaçu vem das quebradeiras de coco do Maranhão. É um trabalho muito bonito, já recebeu até um prêmio internacional. Esse projeto trouxe um aumento da renda da família através das próprias esposas”, é o que conta Simone Valadares, idealizadora da marca Reserva Fólio.
A linha de produtos inteiramente vegetal surgiu há 10 anos, quando o conceito de orgânico ainda era pouco conhecido.
“Se a gente falava em cosmético com qualidade orgânica, a gente era considerado maluco. Hoje é impressionante, já tem alguns fornecedores, até de matéria-prima, que nos procuram oferecendo”, conta Simone.
No início eram apenas dois produtos. Hoje já são 25. Na empresa nada é desperdiçado. Há uma linha de sabonetes feita a partir das sobras de outros sabonetes, o que é bom para a empresa, para o bolso do consumidor e para a natureza.
“Ao invés de você jogar fora esse produto, que pode até vir a fazer mal para o meio ambiente, você reutiliza. E as pessoas adoram porque a gente vende por um preço super em conta. Tem pessoas que chegam aqui e pedem uma caixa. É em conta e é um reaproveitamento”, explica Simone.
Investimento em embalagens sustentáveis
E também foi pensando no desperdício, que uma grande empresa de cosméticos em São Paulo criou uma linha de produtos com embalagens que utiliza 70% menos material que as tradicionais. Além da redução do descarte de plástico, o material mais maleável permite um maior aproveitamento do produto.
“Quando eu reduzo a quantidade de embalagem, eu estou causando menos impacto ambiental na obtenção do material daquela embalagem, porque tem menos quantidade de material, e também no descarte dela. Esse é o primeiro passo”, explica Alessandro Mendes, Diretor de Desenvolvimento de Produtos da marca.
A empresa também investiu nos refis, cuja embalagem usa menos matéria-prima, produz menos lixo e custa menos. Mais uma opção que faz bem para o bolso e para o planeta.
Outra solução sustentável para as embalagens é a escolha da matéria-prima de fonte renovável. Ao invés de petróleo, o plástico utilizado é feito da cana-de-açúcar. As matérias-primas de fonte vegetal, como o plástico-verde, têm o mesmo efeito visual das embalagens de origem petroquímica.
“Grande parte das nossas embalagens vem de um material renovável, produzido a partir da cana-de-açúcar”, afirma Alessandro.
A empresa, a maior de cosméticos do Brasil, também criou uma embalagem feita 100% de garrafas pet recicladas.
“A gente tenta usar sempre material reciclado pós-consumo, que a gente busca em cooperativas de catadores no Brasil, recicla e coloca de volta no produto e com isso fecha-se um ciclo”, finaliza o Diretor de Desenvolvimento de Produtos.
Nos laboratórios, os pesquisadores trabalham para o desenvolvimento de embalagens cada vez mais sustentáveis.
“É uma equação de ganha-ganha para todo mundo. Então, lançar um refil é mais barato do que um produto tradicional, isso é bom para o consumidor, também é bom para o ambiente porque o consumo de material será reduzido. E ele ainda é reciclado, então comunidades abastecem essa cadeia, onde são ajudadas uma série de outras pessoas no processo”, explica Romulo Zamberlan, Gerente de Desenvolvimento de Embalagens da marca.
Sustentabilidade também em salões de beleza
Em Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro, a proprietária de um salão de beleza resolveu adotar atitudes sustentáveis. Começou com uma medida simples: a separação do lixo seco. Para não jogar produto fora, os funcionários passaram a pesar todas as químicas que são usadas nos cabelos das clientes. Para economizar energia, várias lâmpadas foram trocadas por luz fria, uma economia de 15% na conta. A água também é uma preocupação e, para economizar, ela é usada no lavatório e depois serve para a descarga do banheiro. O ar condicionado não é ligado quando a sala fica sem clientes e o salão aboliu os copos descartáveis e as sacolas plásticas.
São práticas simples, que todos podemos adotar no nosso dia-dia, que diminuem os danos ao meio-ambiente, contribuindo assim, para um mundo mais sustentável.
Para assistir o vídeo com a reportagem completa exibida no programa Como Será? da Rede Globo, basta clicar na imagem abaixo:
Fonte: Como Será? – Rede Globo
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