RJ: orgânicos invadem as mesas dos niteroienses
Alimentos orgânicos invadem as mesas dos niteroienses
Aumenta a consciência pelo consumo de alimentos sem adição de química. Produtos podem ser encontrados em feiras livres e lojas especializadas da cidade
Os últimos dados liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foram alarmantes, mas só evidenciaram o que muita gente estava cansada de saber. Diversos tipos de agrotóxicos estão presentes nos pratos dos brasileiros, que precisam pensar em alternativas para alimentarem-se de maneira saudável. As comidas orgânicas e agroecológicas garantem a ausência de química na produção de grãos, verduras e legumes, mas elas custam caro.
Em Niterói, são raras as feiras livres que comercializam estes produtos. Em geral, eles são encontrados em lojinhas especializadas de produtos naturais, nas prateleiras dos supermercados e sacolões de grande porte. Mas nem sempre foi assim. Antes aconteciam quatro feirinhas no município – no Campo de São Bento, em Itaipu, no Horto do Fonseca e na Rua Ministro Otávio Kelly, em Icaraí. Hoje não dá para confiar na regularidade delas, que podem ser canceladas por fatores como mau tempo e pouca demanda.
Quem mora em Icaraí e Santa Rosa não tem desculpa para ficar sem orgânicos. A “Veio da Roça”, na Avenida Sete de Setembro, está desde 1986 comercializando esses produtos, vindos, principalmente, da localidade do Brejal, em Teresópolis, e da Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro (Abio). Naquela época, poucas pessoas trabalhavam com alimentos livres de agrotóxicos. É lá que, há quatro anos, o médico Carlos Cerqueira faz suas compras de hortaliças e grãos.
“Minha preocupação começou graças à minha filha, que hoje tem oito anos. Uma boa alimentação é uma maneira de defender a saúde dela e protegê-la de muitas doenças”, diz.
Na loja “Portal Saúde”, que comercializa produtos orgânicos em Piratininga, Região Oceânica, a proprietária Alice Mendes expõe verduras e legumes sempre às terças-feiras e sábados pela manhã. Mas durante a semana é possível encontrar uma variedade de opções para quem quer mudar os hábitos. Mel, achocolatado, geleia, barras de cereais, café, sucos de frutas, leite e alimentos vegetarianos estão distribuídos pelo estabelecimento, que é abastecido por empresas certificadas pelo Governo Federal.
Para minimizar a distância entre estas empresas e os consumidores, Alice faz questão de conhecer cada distribuidora e as formas de produção, garantindo que o solo é bem tratado e que não há nenhuma forma de exploração predatória durante o processo de desenvolvimento de tais produtos.
“Claro que seria melhor se os alimentos fossem produzidos pelas redondezas. Sempre que um cliente comenta sobre alguma árvore frutífera ou horta que tem em casa, faço parcerias para comercializar estes produtos. Bom se fossem mais frequentes”, analisa a proprietária.
Produtos
O “frango verde” da Korin Agropecuária também é comercializado na loja de Piratininga, vindo dos polos de produção localizados em Ipeúna e em Atibaia, ambos municípios de São Paulo. Desenvolvida a partir de um método que não utiliza antibióticos ou hormônios, a ave é criada com ração vegetal e com menor teor de gordura. Quem explica é Marcelo Corrêa, mestre em Saúde Pública e coordenador das atividades de expansão do método de Agricultura Natural no Estado do Rio de Janeiro da Fundação Mokiti Okada.
Para ele, o consumo de alimentos orgânicos é uma questão de saúde, já que diminui a ida a médicos, reduzindo as chances de doenças como diabetes e hipertensão. Para ajudar na democratização desses alimentos, a fundação ajuda na construção de hortas caseiras em comunidades do Rio de Janeiro – o abrigo de crianças abandonadas no Méier, algumas no Complexo do Alemão e a do Morro do Macaco são alguns exemplos. Além de abastecer as famílias locais, estas hortaliças podem ser comercializadas pelos habitantes, gerando uma renda extra.
“Os meios de comunicação também são importantes na luta por novas maneiras de se alimentar. Informações deveriam aparecer mais frequentemente na mídia, esclarecendo sobre os benefícios desses produtos”, acredita Marcelo.
José Neto Ferreira, de 76 anos, é voluntário no projeto das hortas comunitárias, responsável pelas plantações no bairro do Grajaú, no Rio de Janeiro. Envolvido com a fundação há mais de dez anos, ele ensina às pessoas os métodos adequados para a agricultura natural e acredita que cada um pode ter sua horta em casa.
“Quando chegamos aqui, a terra era seca e dura. É possível transformar quase todo cantinho em um espaço para cultivar alimentos. Quem tem pouco espaço deve acreditar que vale a pena plantar qualquer coisa, nem que sejam os temperos. Consumir orgânicos muda a energia da gente, transforma mesmo”, diz.
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Fonte.: O Fluminense
SAIBA MAIS
Os produtos orgânicos da empresa Korin Agropecuária, parceira do OrganicsNet, tem como princípio básico a aplicação de métodos de agricultura que visam o equilíbrio no uso dos recursos naturais. Conheca mais os seus produtos.