Rede comunitária para acesso ao mercado pelos produtores orgânicos

Um pioneiro no comércio de alimentos orgânicos no ES

30 de novembro de 2016
foto: divulgação empresa
foto: divulgação empresa

Pioneiro no Espírito Santo no comércio de produtos orgânicos, Marcus Teixeira, rompe o véu de desconfiança de alguns compradores,  com um orgulho alegre e diligente.

Não é mais por obra e arte do próprio, que há seis anos comanda a Só Orgânicos, loja especializada no gênero localizada no Hortomercado, na Enseada do Suá, Vitória. As frutas são o melhor exemplo de como foi lento esse trabalho de conquista da confiança do consumidor. “Quando comecei a trazer fruta, trazia embalada, para não dar margem do consumidor ser enganado”, explica.

O selo de certificação orgânica visível na embalagem garantia credibilidade ao produto e a confiança de um consumidor até então habituado a ver frutas como a maçã apenas nas prateleiras dos supermercados convencionais.

A Só Orgânicos guarda uma história exemplar de altos e baixos, vontade de desistir e estímulo para prosseguir. A expansão da loja, inaugurada em agosto deste ano, é menos reflexo da luminosa projeção de crescimento de 30% do mercado de orgânicos em 2016, como prevê Marcus, do que fruto de um espírito de empreendedorismo e perseverança. A rigor, essa expansão começou 16 anos atrás, quando Marcus penava como representante para vender apenas arroz e açúcar para grandes redes varejistas.

Em 1999, numa revista encontrou uma matéria que tinha entre seus personagens representantes da Native e Volkmann, hoje duas grandes empresas de alimentos orgânicos mas, à época, incipientes no ramo.

Passou praticamente um ano tentando vender açúcar e arroz orgânicos para as grandes redes varejistas; rodou o estado de norte a sul em vão. Enfrentou gerentes que nunca tinham ouvido falar em orgânicos e  ia  romper o véu da desconfiança, explicando que alimentos orgânicos eram produzidos sem agrotóxicos ou qualquer outro tipo de aditivos químicos. “Um não acreditava. O outro falava que era coisa de bicho-grilo”, lembra.

Estava quase desistindo, quando conheceu, em 2002, a feira de orgânicos do Barro Vermelho, a primeira do gênero na Grande Vitória, realizada aos sábados pela manhã. Depois montou  sua primeira loja, mas  ceder produtos em bonificação para as grandes redes significou a falência.

Uma nova chance viria em 2010. Já membro da CPOrg (Comissões de Produção Orgânica),  foi indicado pelo grupo para gerenciar um evento no Hortomercado. O evento foi tão exitoso que a então gerente do espaço ofereceu-lhe uma loja. Em agosto, abriu a Só Orgânicos no Hortomercado, em dezembro a loja se pagou.

Hoje um profundo conhecedor do segmento, reunindo na loja as principais do país (Ecobio, Volkmann, Vitalin, Native, Viapax, Mãe Terra, biO2 Organic, entre outras), ele identifica uma mudança fundamental no perfil do consumidor.

Com a expansão das feiras orgânicas na Grande Vitória, esse perfil médio mudou e passou a ser o consumidor acima de 40 anos com alta renda. Hoje, se transformou mais uma vez: o perfil do consumidor de orgânicos dilatou-se em termos socioeconômicos. Mas, ainda assim, há um perfil recorrente: casal jovem, de 22 a 30 anos, com filho pequeno.

Com o lançamento de um site de clube de compras, em que, mediante o pagamento de uma taxa, o assinante tem acesso a produtos com preços abaixo do mercado, iniciou um projeto que, se depender dele, evoluirá para uma cooperativa de consumo.

A ideia reuniria associados produtores e consumidores, o que, ao final, alargaria a oferta de produtos – capixabas, por exemplo.

Leia a matéria completa, fonte: Século Diário

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