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Cosméticos naturais e orgânicos: controvérsia em torno da nova norma

12 de janeiro de 2018
Reserva Folio, RJ
Reserva Folio, RJ

A norma ISO 16128 foi criada com o objetivo de harmonizar, em âmbito internacional, a definição de produtos cosméticos orgânicos e naturais e de seus ingredientes. No entanto, empresas privadas pioneiras no ramo de certificação na Europa contestam vários aspectos do texto, cuja segunda parte será publicada em setembro. Os representantes da indústria de cosméticos, por outro lado, defendem que a norma é um passo importante para a afirmação dos cosméticos verdes. Confira a seguir os diversos pontos de vista sobre a questão.

Como todas as normas ISO, a ideia era que todas as partes interessadas chegassem a um consenso, a fim de satisfazer às marcas e aos consumidores da melhor forma possível. A norma tenta estabelecer definições e bases de cálculo que sejam comuns a todas as partes e reconhecidas internacionalmente, determinando o nível mínimo de ingredientes orgânicos e naturais que devem estar presentes na fórmula dos cosméticos para que possam ser identificados como produtos orgânicos ou naturais.

Fruto de negociação entre interesses diversos, a norma vem sendo criticada por empresas de certificação com longo histórico de atuação no mercado, que discordam de vários aspectos formulados no novo regulamento.

O Grupo Ecocert Greenlife, que implementa principalmente os critérios do selo europeu COSMOS, declarou, por intermédio de sua diretora, Valérie Lemaire, não concordar com o texto da nova norma, em particular no que se refere a três aspectos: a definição de ingredientes naturais, o cálculo das porcentagens mínimas obrigatórias em matéria de ingredientes orgânicos e a determinação da origem natural dos ingredientes.

Por outro lado, Anne Dux, diretora de Assuntos Científicos e Normativos da FEBEA (federação francesa da indústria de cosméticos) e coordenadora do grupo de trabalho, afirma que “a norma ISO 16128 representa um consenso internacional e, portanto, não pode refletir exclusivamente a posição das empresas privadas de certificação na Europa“.

O primeiro ponto de atrito diz respeito à definição de ingredientes naturais.

O segundo motivo de discórdia é o cálculo da porcentagem de ingredientes de origem orgânica.

Atualmente, qualquer produto disponível no mercado pode apresentar uma certa porcentagem de ingredientes de origem natural – por exemplo, tensoativos de base vegetal. Mas, por trás disso, os processos de transformação usam substâncias petroquímicas que muitas vezes nada têm de ecológicas. Ou seja, a norma é a porta aberta para que todos os produtos aleguem conter ingredientes de origem natural, deixando o consumidor totalmente desnorteado“, explica Valérie Lemaire.

É uma acusação sem fundamento“, responde Anne Dux. a.

A solução poderia ser um maior controle dos critérios de certificação ecológica, a exemplo do que existe na França? Pelo menos nesse aspecto parece haver consenso.

Veja a noticia completa: Brazil Beauty News

Kristel Milet, (Tradução: Maria Marques)

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