Alerta: Embrapa se prepara para lançamento de alface transgênico
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está desenvolvendo uma variedade de alface com alto teor de ácido fólico, uma vitamina do complexo B muito importante para o corpo humano. O ácido fólico é responsável pela formação de proteínas estruturais e hemoglobina, o consumo de duas folhas seria suficiente para suprir em 70% a necessidade diária do organismo. Embora os defensores dos transgênicos afirmem que os avanços na engenharia genética de alimentos possa, dentre outras coisas, ajudar no combate à fome, muitas são as questões a serem discutidas sobre o assunto.
Para Leonardo Melgarejo, engenheiro agrônomo e ex-membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) – órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que delibera sobre a produção e comercialização de transgênicos no Brasil –, um dos grandes problemas é o marketing da expectativa criado em relação a esses supostos alimentos milagrosos.
A alface modificada para uma mulher grávida, por exemplo, seria recomendada devido à grande quantidade de folato presente na folha. Mas essa mesma quantidade de vitaminas pode ser obtida com a variação de outros alimentos como brócolis e espinafre.
Para Melgarejo, a transgenia é dispensável para resolver deficiências alimentares. “Basta uma alimentação variada e saudável para que o corpo receba todos os nutrientes responsáveis por um bom funcionamento”.
Outro fator negativo é a superdosagem de um determinado alimento. “O excesso de vitaminas, quando não absorvido pelo organismo, é excretado pela urina, ou seja, o consumo desequilibrado pode causar desde o desperdício até a dependência na medida em que se acredita que o consumo excessivo e não uma combinação variada é o correto”.
Melgarejo aponta que há outros caminhos possíveis para resolver problemas como a má formação da medula espinhal em fetos. Exemplo disso seria uma alimentação saudável, orgânica e sem venenos.
Na opinião do engenheiro, a disputa por notoriedade entre os pesquisadores é outro tema a ser debatido. “Ser o primeiro a apresentar o feijão modificado talvez tenha sido um dos motivos que levou à Embrapa a não dar tanta importância para estudos nutricionais em longo prazo. Aconteceu com o feijão (primeiro alimento a ser modificado pela empresa) há três anos, e agora com a alface”.
Assista a matéria realizada pelo programa Globo Rural e saiba mais sobre o assunto!
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