Bom momento para a pecuária orgânica
Ministério da Agricultura convoca quem aposta na produção sem o uso de agrotóxicos e outros produtos químicos à certificação. A partir de janeiro de 2011 entrará em circulação o selo único da certificação orgânica válido para tudo produto e alimento: da carne aos produtos industrializados.
Os produtos orgânicos vão muito além das hortaliças frescas vendidas em feiras e supermercados e miram até o mercado da pecuária. Os produtores focam num público disposto a pagar mais caro por mercadorias diferenciadas, mais naturais e que não contam com o uso de agrotóxicos, medicamentos ou outros insumos químicos.
Na opinião do consultor técnico da Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO), Marcelo Rondon de Barros, a entrada do ministério para regulamentar o setor vem em bom momento. “Todo mundo quer ser ecologicamente correto, mas existe uma série de fatores e diversos protocolos que precisam ser seguidos antes de o produto receber o selo”, afirma Barros. O preço pago pela arroba do boi orgânico, segundo Barros, é 10% superior ao do boi tradicional. Se considerar o bom momento para o produtor do boi, quando na semana passada a arroba bateu recorde histórico e atingiu pela primeira vez a barreira dos R$ 100, investir nos orgânicos pode ser um bom negócio.
A pecuária orgânica se concentra na região do pantanal, nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Há, na região do Pantanal, 26 propriedades, que totalizam 131,2 mil hectares, com um total de 99,8 mil animais. As propriedades da ABPO, 10 no total, têm uma parceria comercial com o grupo JBS, que compra toda a produção, com uma entrega semanal de 80 animais.
O motivo da pecuária orgânica se adaptar bem à Região do Pantanal é o caráter ambiental, além de usar pastagens que não passem por fertilizantes. O engenheiro ambiental Michael Becker, que é coordenador do Programa Cerrado – Pantanal da ONG WWF-Brasil explica que a o casamento entre a pecuária orgânica e a região se dá devido a baixa carga de animais nas fazendas, não ser necessário desmatamento e, por isso, o investimento para transformação no processo orgânico não ser alto. Entretanto, Becker explica que regiões de cerrado também são compatíveis com a pecuária orgânica e que cada propriedade deve ser analisada separadamente.
Barros, da ABPO, explica que apostar na pecuária orgânica é, antes de tudo, uma decisão econômica. “É um nicho que cresce cerca de 30% ao ano e o produtor vai alcançar mercados que remuneram melhor”, afirma o consultor técnico. Para iniciar o processo ele recomenda que o primeiro passo é buscar acompanhamento técnico e profissional para fazer um diagnóstico da propriedade.
fonte: anapa.com.br
Leia o artigo completo: Anapa