Rede comunitária para acesso ao mercado pelos produtores orgânicos

Capitalismo sustentável [Opinião]

15 de fevereiro de 2012
  • Colunista – Por Claudio Tieghi*

Capitalismo sustentável. Assim foi tratado o tema da Sustentabilidade durante a 101ª Convenção Anual da NRF – National Retail Federation. No berço do capitalismo mundial, em Nova Iorque, o ex-presidente Bill Clinton, um dos convidados do evento, encantou a todos com sua palestra sobre a transformação que as empresas estão passando para se adequar às exigências do planeta e, consequentemente, de seus consumidores.
Parece que a questão da sustentabilidade, no passado debatida de forma polarizada, está deixando espaço para atuações mais integradas. O que pudemos perceber nesse evento de líderes do varejo mundial é que, ao menos no discurso, as dimensões das áreas econômica, social e ambiental estão sendo tratadas de forma equilibrada nos modelos de negócios. As empresas já perceberam que ao buscarem alternativas sustentáveis para a gestão de suas operações, o lucro aumenta, seja pela redução dos custos ou pela adesão dos consumidores.

A rede Whole Foods é um ótimo exemplo. A cadeia americana só comercializa produtos orgânicos e trata todo seu processo de forma a reduzir – e compensar – ao máximo seu impacto na sociedade e no meio ambiente. O Green Depot, um comércio de produtos para construção e reformas, optou por oferecer somente produtos sustentáveis. Outro exemplo é a Sweetriot. A loja entrega mais do que chocolate aos seus consumidores, vendendo um propósito maior do que simplesmente um produto ou uma marca, totalmente em linha com a busca pela sustentabilidade. Fica então cada vez mais claro que as empresas que buscam agregar valor à sociedade encontram no campo da sustentabilidade espaços para a inovação e diferenciação em um mercado cada vez mais interessado no tema.

As empresas de varejo nos Estados Unidos são muito atuantes em relação à comunidade onde estão inseridas. O espírito de pertencimento é forte na cultura americana e adotar uma causa no entorno de cada loja é quase um padrão. A busca pela diminuição dos gases de efeito estufa também começa a ganhar espaço nas estratégias. Mas o que ficou mais evidente foi a preocupação com as pessoas, desde o desenvolvimento de fornecedores e colaboradores até a relação com o consumidor final.

Em todo o mundo, são vários os exemplos bem-sucedidos que unem a natureza do capitalismo ao respeito ao ser humano e ao meio ambiente. Bill Clinton, por exemplo, mencionou o Brasil como um case de sucesso na área de gestão da energia e da água.
O trabalho que realizamos aqui, por meio da AFRAS, para a diminuição de gases de efeito estufa no funcionamento das lojas está totalmente alinhado com o que se faz lá fora. Mas a recíproca também é verdadeira quando identificamos que alguns projetos brasileiros podem ser considerados referência para o mundo. O nível de engajamento do empreendedor brasileiro vem crescendo e o que se viu e ouviu em Nova Iorque nesse início de ano serve como um incentivo a mais para mantermos a nossa atuação nessa direção.

  • *Claudio Tieghi é presidente da Associação Franquia Sustentável (Afras) e diretor de responsabilidade social do grupo Multi Holding.

Fonte:. Pequena Empresas & Grandes Négocios

Boletim de notícias

Cadastre-se e receba novidades.