Controle biológico contra lagarta do cartucho supera expectativas no Interior do RS

Iniciada no mês de janeiro em Ibarama, a campanha para incentivar o controle biológico da lagarta do cartucho do milho contou com a adesão de 50 agricultores familiares e guardiões das sementes crioulas, superando a expectativa dos técnicos locais da Emater/RS-Ascar. “Esses agricultores se planejaram para utilizar o controle biológico, totalizando assim 80 hectares. Eles focaram suas ações na promoção da vida, na produção de alimentos saudáveis, na soberania e segurança alimentar, compreendendo o meio rural para além da produção e negócios, mas como um modo de vida”, ressaltou o técnico em agropecuária da Emater/RS-Ascar Giovane Ronaldo Rigon Vielmo.
Segundo Vielmo, a lagarta do cartucho é um dos principais problemas da cultura do milho, principalmente no milho do tarde (safrinha), quando se tem altas temperaturas e clima mais seco. “O problema se inicia no começo do desenvolvimento vegetativo da planta, quando a mariposa faz a postura de seus ovos em camadas nas folhas. Após um período de três a 10 dias, as lagartas nascem e começam a fazer a raspagem nas folhas e, posteriormente, atacam o cartucho do milho”, explica.
Conforme Vielmo, por meio do controle biológico pode-se diminuir em até 90% o ataque das lagartas do cartucho (Spodoptera frugiperda) e da espiga (Elicoverpa sp.), através da utilização da vespinha chamada de Trichogramma spp., pois na lavoura a vespa procura os ovos da mariposa para fazer suas posturas, impedindo assim o desenvolvimento da lagarta.
A vespinha é produzida em laboratório, e comercializada em cartelas que posteriormente são distribuídas nas lavouras. Estas cartelas possuem, em média, 100 mil vespinhas, cobrindo uma área de um hectare. ?O controle biológico facilita o manejo da cultura do milho, pois o agricultor não precisa fazer aplicações com inseticidas, diminuindo assim os custos da produção?, afirma Vielmo. Além disso, a prática também contribui para a preservação ambiental e redução do uso de agrotóxicos, além de ofertar aos agricultores familiares uma alternativa viável à tecnologia do milho transgênico BT.
Fonte: Emater – RS