Desafio: alimento sem agrotóxico
Mercado livre de agrotóxicos é desafio para produtores capixabas em 2012
Por: Cristina Moura
A onda de produtos “in natura” no Estado do Espírito Santo e a criação do Instituto Chão Vivo para certificar propriedades de agricultura orgânica estão se adequando ao momento de incentivo do governo federal para produções sem agrotóxicos. Nesta semana, a presidente Dilma Rousseff comemorou o crescimento de 20% ao ano no consumo de alimentos livres de agrotóxicos.
A Campanha Permanente Contra o Uso de Agrotóxico e pela Vida recebe o apoio de cerca de 50 organizações sociais do País. No Espírito Santo, representações de entidades, como Via Campesina, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento Mulheres no Campo e Associação dos Programas em Tecnologias Alternativas (APTA) são alguns exemplos.
Embora tenha que reverter o quadro de segundo maior consumidor de agrotóxicos do País, o mercado capixaba, assim como outros no Brasil, recebe incentivos do programa “Pró-Orgânico”, do Ministério da Agricultura. Um dos objetivos é viabilizar insumos e tecnologias apropriadas para que o produtor mude o método de cultivo e consiga manter sua renda.
O desafio, porém, é driblar atravessadores e produtores que insistem em não abrir mão de hábitos nocivos, tanto à sua família quanto ao consumidor externo. Outro destaque do governo federal é a inclusão de produtos orgânicos em programas do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Ministério da Educação, como forma de incentivar a compra de produtos orgânicos.
Para os produtores da agricultura familiar no Espírito Santo a instalação do Instituto Chão Vivo, em parceria com a Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), será importante para fiscalizar e qualificar as propriedades com o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e do Ministério da Agricultura.
Anvisa
Há um mês, o Estado do Espírito Santo se destacou no ranking da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dentro dos dados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos (Para), que revelaram teores de resíduos de agrotóxicos acima do permitido e uso de agrotóxicos não autorizados.
Dentro do total pesquisado no mercado capixaba, 27,4% dos alimentos se encontram com teor de contaminação, com base na pesquisa, realizada com informações levantadas em 2010. Pimentão, pepino e alface são considerados os alimentos mais insatisfatórios.
Dos 50 princípios ativos mais usados em agrotóxicos no Brasil, 20 já foram banidos na União Europeia. Um deles, o endossulfan, encontrado no pimentão, não é usado nos EUA e na China. Até o ano que vem, a Anvisa pretende eliminar o produto químico de todo o País.
Fonte:. SeculoDiario.com