Gestores transformam orgânicos em lucrativos
A tecnologia é algo cada vez mais presente na vida de cada um e isso não é diferente quando se trata de negócios. Todos os setores da economia tentam se aproximar dos consumidores e também tornar determinados produtos mais acessíveis. Esse é o caso do mercado de orgânicos, alimentos produzidos sem nenhum agrotóxico, mas que ainda não atingiram um nível maior de popularização entre os consumidores, devido a alguns fatores como baixa presença em grandes redes de varejo ou valor mais alto, em comparação com os produtos com agrotóxicos.
Pensando em ampliar essa presença, a tecnologia pode ser uma aliada. O diretor de marketing da Organomix, Leandro Dupin, diz que as inovações tecnológicas podem atuar no contato com o consumidor, propriamente dito, com as vendas por meio de site na internet, e a segunda, por meio da formação de um banco de dados, obtido de acordo com o perfil de cada consumidor, que depois é repassado aos produtores. A Organomix é um supermercado online, especializado em orgânicos, que vende para os municípios do Rio de Janeiro e Niterói (RJ) e também para a região da Grande São Paulo.
“Nessa ponta com o cliente, a tecnologia ajuda a oferecer um número maior de alimentos no e-commerce. Podem existir produtos pouco conhecidos, mas se o cliente precisa dele, encontrará. Então para o consumidor, a tecnologia possibilita encontrar facilmente. Além disso, existem outras atividades, como receitas”, explica.
O site da Organomix também ajuda os empreendedores do site a construírem um banco de dados, o que pode beneficiar a própria aquisição dos alimentos pelos produtores e direcionar as encomendas de acordo com a demanda.
“Conseguimos calcular quantas vendas teve, qual o interesse dos consumidores. Assim, passamos para o produtor qual é a demanda de produtos. Muitos fornecedores são produtores familiares e não têm acesso a esse tipo de informação. Conseguimos direcionar esses dados para ele e a produção acaba ficando mais objetiva”, completou.
Dupin disse também que as encomendas são feitas pelo site e as entregas ocorrem no dia seguinte aos pedidos e ressaltou ainda que todos os produtos são entregues em embalagens climatizadas para que a qualidade não se perca.
A Organomix também lançará neste mês de julho um aplicativo que permitirá ao consumidor fazer suas encomendas por meio do software, que estará disponível para smartphones e tablets.
Na ponta do produtor, o Sítio do Moinho, em Itaipava, distrito de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, também aplica inovações tecnológicas em suas produções. A engenheira agrônoma e gerente de produção do sítio, Eliane Mesquita, ressaltou que é feito o controle da muda, desde o plantio até o acompanhamento da temperatura e umidade.
“Uma vez plantadas no canteiro, há uma proteção com a tecnologia chamada mulching, que consiste na cobertura do solo com uma camada de polipropileno trançado. Essa cobertura possui pequenos orifícios, onde ficam as mudas. Ela ajuda a controlar as pragas e as plantas que prejudicam o crescimento das mudas”, explicou.
Além disso, ela disse que essa camada ajuda a manter a umidade do solo na região e também há o aspecto climático. No verão, é utilizada uma câmara de polipropileno na cor branca, para evitar o calor excessivo e no inverno, é trocada por outra cor preta, que ajuda a concentrar mais o calor. “Isso mantém a estrutura do solo e nada se perde com uma chuva forte”, completou.
Fora o mulching, abaixo da camada de polipropileno, há as chamadas fitas gotejadoras, que são espécies de mangueiras com pequenos orifícios que controlam a água nas plantas. A água, ao passar por cada buraco, perde força e cai no solo da medida exata para que a planta possa absorver a água pela raiz. “Existem culturas que são intolerantes à água nas folhas. O tomate, por exemplo, fica mais vulnerável a doenças. Eles são produzidos em ambientes protegidos e recebem o gotejamento”, explicou.
Fonte: Jornal do Commercio