IMA como certificador de produtos agropecuários completa cinco anos

Café, cachaça, algodão, mel, bovinos e bubalinos para exportação e uma diversificada lista com mais de 60 tipos de hortaliças orgânicas compõem o portfólio de produtos certificados pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
Nesta terça-feira (6/12) completa cinco anos o decreto estadual 45.800 que reafirmou o IMA como organismo habilitado a fazer a certificação de origem e qualidade de produtos agropecuários. Anteriormente, o IMA já fazia essa certificação de acordo com o decreto44.611/2007. A certificação realizada pelo Instituto começou com a cachaça artesanal e o café e, ao longo dos últimos anos foi ampliando o leque até chegar à atual lista de produtos, inclusive com um selo próprio criado pelo Instituto para certificar produtos sem agrotóxicos, o selo SAT.
Para o secretário da Agricultura, João Cruz, “o IMA inaugurou uma nova era na sua grade de atribuições e passou a ter uma prerrogativa que o colocou na vanguarda dos órgão congêneres. Desta forma, tem contribuído muito e permitido que as cadeias certificadas pelo Instituto agreguem muito mais valor aos seus produtos” , disse.
O diretor-geral do IMA Marcílio de Sousa Magalhães ressalta a importância da certificação realizada pelo IMA como um serviço a mais que é oferecido aos produtores rurais. “Com a certificação incluímos um serviço que abre caminho para os produtores ampliarem sua participação no mercado, o que contribui para a melhoria da geração de emprego e renda no campo”, diz.
União Europeia
Só com o Certifica Minas Café, realizado pelo IMA em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) e Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), também vinculadas da Seapa, já foram certificadas 1221 propriedades. Também se destacam os Programas de Certificação de Cachaça, SAT e Orgânicos, respectivamente com 40, 27 e 25 propriedades certificadas. E com o Sistema de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) que é exigido pelos países da União Europeia o Instituto já certificou 271 propriedades.
“Um ganho extra para os produtores em geral está em que o processo de certificação contribui para a melhoria da gestão das propriedades cuja produção, mais organizada, propicia um controle melhor dos gastos e investimentos realizados pelos produtores”, relata.
Confiança
Para os consumidores, os benefícios podem ser evidenciados pela maior oferta de produtos de qualidade diferenciada. E para o meio ambiente o ganho deve-se ao fato de que para serem certificados os produtores devem cumprir vários requisitos ambientais durante a produção, como a apresentação de Licenciamento Ambiental, análise e outorga de água, adoção de medidas de proteção de nascentes e do solo; e sociais como comprovação de inexistência de trabalho infantil, regularização, remuneração justa e fornecimento de EPI aos trabalhadores, dentre outras.
Rogério Fernandes relata que para ganhar a confiança do consumidor é fundamental que ele conheça as características dos produtos que consome. “A certificação se alicerça no processo de auditoria de conformidade e os servidores do IMA são treinados na norma internacional ISO/IEC 19011 que os habilita a auditar as propriedades, verificando o cumprimento das normas aplicáveis em todas as etapas do processo produtivo. Se ocorrerem não conformidades elas precisarão ser corrigidas pelos produtores, para que possam receber o certificado”, diz.
Alexandre de Matos Martins é gerente na Fazenda Alegria que é certificada pelo IMA para a produção de hortaliças orgânicas. A propriedade fica em Funilândia, município distante 20 km de Sete Lagoas e produz cerca de 20 tipos de hortaliças sendo as principais o tomate, a cenoura e folhosas. A produção é vendida para redes de supermercados de Belo Horizonte.
“A certificação é importante porque indica para o consumidor que aquele produto foi cultivado obedecendo as práticas e técnicas orgânicas corretas e possui mais credibilidade ainda quando é feita por órgão sério como o IMA”, diz. O gerente da Fazenda Alegria cita entre as práticas o uso das chamadas caldas orgânicas, que são defensivos alternativos naturais como extrato de pimenta do reino, alho macerado e detergente com óleo de soja, entre outros. A fazenda é certificada há cerca de um ano e meio e produz cerca de 84 toneladas/ mês de produtos.
As taxas cobradas pelo Instituto são bem menores que aquelas geralmente praticadas por outros organismos certificadores que atuam no mercado. Na certificação de produtos orgânicos, por exemplo, o IMA cobra uma taxa de R$300,00 e o preço médio praticado por um organismo de certificação privado é de R$5.000.
No site do IMA (www.ima.mg.gov.br) o consumidor tem acesso aos produtores cuja produção é certificada pelo IMA. Basta acessar no menu principal o link Certificação.
Veja a noticia completa: fonte, Agrolink