Minas Gerais recebe caravana agroecológica
De 21 a 25 de maio o Centro de Tecnologias Alternativas (CTA), parceiros locais e organizações de vários estados reunidos na Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) realizarão a Caravana Agroecológica e Cultural da Zona da Mata de Minas Gerais. A caravana irá percorrer diversos munícipios da Zona da Mata da região. A intenção dos cerca de 300 oraganizadores da caravana é se articular com a população dos municípios visitados para envolver mais organizações e movimentos no projeto de desenvolvimento da agroecologia existente na região. É a primeira vez que essa iniciativa é organizada na Zona da Mata.
Eugênio Ferrari, do Núcleo Executivo da ANA e da equipe técnica do CTA-ZM, diz que há mais de 20 anos vem sendo desenvolvidas experiências agroecológicas na região. Com o passar dos anos, segundo ele, elas se multiplicaram e com isso percebeu-se a necessidade de maior articulação entre essas iniciativas. “Esse trabalho resultou numa diversidade muito grande, que nós mesmos não temos conhecimento de todas as experiências. Estamos em contato com alguns grupos, e com essa caravana vamos juntar esse povo: pensar uma forma de ação mais conjunta, e dar visibilidade a isso na região. Haverá vários momentos de visibilização pública da agroecologia.”
Em seu percurso, a caravana irá mostrar o funcionamento da agroecologia, assim como as ameaças à sua implementação, por exemplo, o uso intensivo de agrotóxicos e a mineração de bauxita. O intercâmbio cultural entre agrigultores e técnicos de regiões diferentes será um resultado importante da caravana e permitirá uma reflexão maior sobre o desenvolvimento da agroecologia.
Agricultura Local
Em entrevista dada à ANA, o agricultor Sebastião Estevão, morador de Espera Feliz (MG), disse que espera que o governo passe a dar mais importancia para a região após a caravana. Segundo ele, as escolas da região já começaram colocar a o tema da agroecologia em aula, conscientizando as crianças da importância de uma convivência harmônica com o meio ambiente.
O agrigultor tem lavouras de café, feijão, milho, hortaliças e a cria de pequenos animais, além de ser um militante importante da luta contra o uso dos agrotóxicos e cumprir um papel ativo no sindicato de trabalhadores rurais
“Temos uma expectativa grande com a participação de técnicos da região, o evento será aberto, vamos buscar as pessoas, haverá também gestores públicos, além de um encerramento cultural. E a agroecologia me dá inspiração para esse cuidado com a natureza, essa relação saudável e harmônica com o que ela oferece e o nosso trabalho. Com a caravana esperarmos uma sensibilização maior das autoridades com as nossas iniciativas”, destacou Ferrari.
Trajeto da Caravana
A Caravana partirá de Viçosa (MG), onde fica a sede do CTA, passando por diversas cidades, como Araponga, Divino e Muriaé e irá terminar em Espera Feliz, onde se dará um ato público com exposição de organizações da ANA e do governo. O ato que celebrará o fim da caravana irá acontecer na sede do Parque Nacional do Caparaó, no dia 24 com a presença de representantes de organizações de agricultores, profissionais das áreas de educação e saúde, militantes da segurança alimentar e nutricional e de movimentos sociais urbanos. A caravana é a primeira de uma série que irá acontencer não só na Zona da Mata da região, mas, segundo planejamento da ANA , também na Amazônia, no semiárido, e na região Sul, que serão realizadas como preparação ao III Encontro Nacional de Agroecologia, previsto para o primeiro semestre de 2014.
III Encontro Nacional de Agroecologia
Denis Monteiro, secretário executivo da ANA, afirma que a terceira edição do encontro, que ocorrerá em 2014, tratará de evidenciar à sociedade a importância de alimentos saudáveis, água, florestas preservadas, valorização da agricultura familiar e trabalho digno no campo. E apresentar a proposta da agroecologia como nova alternativa para o desenvolvimento da agricultura no País. O primeiro encontro, ocorrido em 2002, serviu para mapear as experiências que estavam dispersas Brasil afora, e o II ENA, que ocorreu em 2006, em Recife, foi o momento de consolidação e apresentação das propostas que a ANA tem para que as políticas públicas incorporem o enfoque agroecológico.
O secretário afirmou que “Temos a clareza que para isso precisamos da parceria e aliança com outros setores da sociedade. Só assim vamos avançar na disputa política da agroecologia como uma contraposição ao modelo de desenvolvimento hegemônico para o campo, que é o agronegócio. Esse modelo está avançando no Brasil e tem inviabilizado a ampliação das experiências agroecológicas, porque são modelos opostos. Queremos evidenciar que a agroecologia é capaz de dar resposta ao desafio de produzir com fartura conservando os recursos da natureza, temos milhares de experiências que mostram isso”.
* Com informações da ANA
Fonte: Caros Amigos
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