Rede comunitária para acesso ao mercado pelos produtores orgânicos

O Instituto Chão propõe um novo modelo de negócio e prospera

15 de setembro de 2016

O Chão é uma feira e mercearia de orgânicos. O experimento socioeconômico cria um mercado que abre mão do lucro. A iniciativa começou a pouco mais de um ano e é hoje um sucesso. A venda é proposta pelo preço do produtor orgânico. A manutenção do projeto é baseada em doações sugeridas na boca do caixa.

A ação é, hoje, um projeto político que alcançou sucesso comercial: nos últimos 12 meses, faturou 4,7 milhões de reais e recebeu 1,4 milhão em contribuições.

A feira abre de terça à sábado, das 8h30 às 14h. Hoje, fazem parte do grupo (e não são sócios) Thiago Guardia, Fabio Mendes, Vladimir Paternostro, Agatha Fernandes, Carolina Morelli, Luiz Schreiner, Ana Luisa Paternostro, Aron Eduardo, Sara Mortara, Rafael Versolato, Juliana Braz e Daniela Bastos. O combinado envolve acordar cedo, descarregar caminhão, repor prateleiras e geladeiras — eles vendem batata, sorvete, limão, palmito, castanhas, patê, farinha, queijo, cerveja, frango, pão e outros 1 200 produtos —, lidar com público, vender, explicar o modelo sem fins lucrativos, cuidar de fornecedores e, no meio disso, arranjar tempo para seguir construindo seu modelo alternativo ao que chamam de capitalismo predatório.

Ao longo desse pouco mais de um ano operando, eles aprenderam a organizar melhor o espaço e as funções de cada um. Isso é necessário, porque a feira enche. O Chão vende 1,5 tonelada de feira por dia, além de outra tonelada de produtos de mercearia. “Se você está aqui porque é barato, não está no lugar certo. Te queremos aqui para fomentar uma economia diferente”. Hoje, o Instituto Chão conta com cerca de 100 fornecedores, sendo que cada um deles traz produtos de algo como 10 fazendas, ou 15 cooperativas. Não possuem o número exato, mas estimam comprar produtos de mais de mil famílias.

Agora, seu desafio é encontrar uma forma de funcionar que abra espaço para mais atividades, como comunicação e o aprofundamento do projeto político. Sistematizar erros e acertos de uma forma positiva, para que outros possam seguir seu exemplo. Eles já receberam diversos chamados para dar consultorias, algo que não conseguem atender, simplesmente por estarem afogados na operação.

Vladimir Paternostro, o Vlad, provoca: “O modelo funciona, já sabemos, queremos que a galera vá lá, abra uma loja de material de construção em formato colaborativo, uma de roupa, sei lá, quanto mais diversificado melhor. Elimina intermediários, abre os custos, abre mão do lucro. Bota uma margem boa, se quiser, mas abre mão do lucro. Vive bem do seu trabalho. Se isso der certo, podemos ter uma fatia cada vez maior da economia que funciona sem exploração. Pense a respeito”.

Serviço:

A feira acontece na Rua Harmonia, Sumarezinho, 123 São Paulo
Para entrar em contato com a organização: (11) 3530-0907
Para saber mais do projeto http://www.institutochao.org/

Fonte: Projeto Draft

Para saber mais:

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Agricultura familiar no cardápio olímpico – OrganicsNet

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