Rede comunitária para acesso ao mercado pelos produtores orgânicos

Plataforma digital aproxima os consumidores das feiras orgânicas

28 de fevereiro de 2018
Evento realizado no Jóquei Clube em Outubro de 2017. (Foto: Reprodução/Instagram)
Evento realizado no Jóquei Clube em Outubro de 2017  (Foto: Reprodução/Instagram)

Quando morava na França, a carioca Tatiana Dutra Perez, de 42 anos, vivia cercada de feiras orgânicas. Em 2012, ela, que é vegetariana, voltou ao Brasil e percebeu que o país não tinha muitos lugares para vender alimentos sem agrotóxicos.

“Eu comecei a fazer um mapa para achar orgânicos e fiz contato com várias empresas. Percebi que o problema era que o produtor não conseguia escoar a produção”, diz Tatiana. Daí veio a inspiração para criar uma rede de compra coletiva.

Tatiana trabalhava como engenheira de software antes de se aventurar no mundo do empreendedorismo. Com o intuito de aproximar produtores e consumidores, ela, em parceria com seu marido, Nilton Lessa, fundou a Comida da Gente em 2017. Para participar, o consumidor ou produtor precisam se cadastrar na plataforma.

Como funciona

A manteiga clarificada indiana é um dos produtos vendidos na plataforma. Segundo a empreendedora, um chef que foi para a Índia trouxe a receita que é feita a partir do creme de leite.

Para vender seus produtos, o chef abre uma campanha no site da Comida da Gente. Informa até que dia os pedidos poderão ser feitos e onde os itens serão entregues. Há a opção do produtor entregar na casa da pessoa ou combinar para deixar todos os pedidos na residência de um dos consumidores.

Além disso, há também a possibilidade de o consumidor abrir uma lista de pedidos. Nesse caso, a pessoa será nomeada como organizadora da campanha. Por exemplo, um organizador abre uma lista para a compra do Chocolate da Anna (doce orgânico da Bahia). Ele, então, irá entrar em contato com o produtor e definir o local de entrega do produto, que geralmente é em sua casa. Nesse caso, os consumidores que pediram o chocolate da Anna vão até a casa do organizador para pegar o produto. “No varejo, nós encontramos esse chocolate custando R$ 25, por meio da compra coletiva, ele sai por em média R$ 13”, diz Tatiana.

A plataforma também tem uma parceria com os produtores da Feira de Teresópolis, Rio de Janeiro. “Um coletivo de produtores se junta para vender os produtos”, explica a carioca. Há uma variedade de produtos como folhas, legumes, verduras, frutas, mudas, temperos e processados como pães, goma e doces. Os consumidores retiram os produtos nos locais combinados.

Modelo de Negócio

Os pagamentos são feitos através da plataforma de pagamento online Bcash. “A pessoa paga normalmente como num comércio eletrônico”, diz.

De acordo com a empreendedora, para manter o negócio, a empresa retém uma taxa dos produtores, que varia conforme os produtos. “É um valor sustentável para o trabalho da plataforma e ao mesmo tempo que não encareça muito o produto”, afirma.

Os organizadores também recebem uma comissão para organizar as listas. “Quem é comprometido chega a gerar entre R$ 2 mil e R$ 4 mil por mês”, diz. Atualmente, a Comida da Gente conta com 200 produtores cadastrados e 2 mil consumidores na rede. Tatiana diz que em média são vendidos R$ 350 mil por mês na plataforma.

Apesar de ter “comida” no nome, a plataforma não disponibiliza apenas alimentos. O consumidor ou produtor pode abrir uma lista de material escolar, por exemplo. Os produtos também não precisam ser orgânicos.  “A nossa regra é a liberdade”, afirma a empreendedora.

Fonte: Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios

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