Rede comunitária para acesso ao mercado pelos produtores orgânicos

Política de merenda escolar na cidade de SP ajuda no desenvolvimento dos pequenos produtores rurais

20 de dezembro de 2016
Foto: iStock, Getty Images
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A vice-prefeita e secretária de Educação de São Paulo, Nádia Campeão, coordena a política da SME (Secretaria de Educação da Capital), que combina segurança alimentar e nutricional, democratização dos produtos orgânicos e também tenta garantir mercado para a produção da agricultura familiar.

O investimento de recursos na aquisição desses produtos pela Prefeitura de São Paulo cresceu de R$ 2.399.400,00, investidos em 2013, para 3.372.770,60 em 2016.

De acordo com a assessoria de imprensa da SME, a comunidade escolar reagiu de forma positiva à política de merenda escolar implementada pela atual gestão.

As ações, iniciadas em 2013, foram reforçadas em 2015 com a sanção da Lei 16.140 pelo atual prefeito Fernando Haddad. Essa Lei tornou obrigatória a inclusão de produtos orgânicos ou de base agroecológica na alimentação escolar do município.

Segundo a assessoria de imprensa da SME, “A Lei trará a democratização do acesso a estes alimentos (orgânicos), que hoje, por terem alto custo, são acessados apenas por pessoas com maior poder aquisitivo”. Ainda de acordo com a assessoria,  a maior oferta de alimentos orgânicos trará benefícios para a saúde e para o rendimento escolar do estudante. O impacto positivo se estende ao agricultor familiar, que garante mercado para escoar a produção a preço justo e assegura a permanência do agricultor no campo.

Dentre os vários tipos de alimentos que fazem parte do programa, podemos citar o iogurte com polpa de frutas proveniente de Andradina (SP). O contrato com a prefeitura beneficia de forma direta 68 famílias de agricultores. Desse total de 68 famílias, segundo informações da própria prefeitura, 27 são lideradas por mulheres.

O presidente da COAPAR, Cooperativa de Produção Agropecuária dos Assentados e Pequenos Produtores da Região Noroeste do Estado de São Paulo, entidade que assinou o contrato de fornecimento de 372 toneladas de iogurte para a prefeitura, afirma que fornecer produtos para a prefeitura de São Paulo “é uma importante vitrine porque quando a cooperativa consegue atender a prefeitura de São Paulo, que é a mais exigente do Brasil, que exige laudos e documentação que outros lugares não exigem tanto, nos dá um reconhecimento de know-how para essa área. Se atende São Paulo, pode atender a qualquer tipo de governo”.

A COAPAR faz parte do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e existe há 19 anos, sendo o seu principal objetivo industrializar a matéria-prima produzida nos assentamentos. 90% dos cooperativados da COAPAR são assentados.

A pecuária leiteira é o principal produto comercial na região de Andradina. “Esse contrato com a prefeitura vai nos ajudar a pagar melhor os fornecedores de leite e a melhorar a remuneração do trabalhador rural”, explica Lourival.

Lourival ainda afirma que o iogurte é produzido atualmente em um laticínio terceirizado, mas já existe um projeto para que em 2017 as obras de um laticínio próprio dos agricultores sejam iniciadas. Em 2014, as famílias assentadas de Andradina, obtiveram um financiamento através do programa Terra Forte.

O programa, lançado em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff, visa apoiar os projetos de agroindustrialização da Reforma Agrária. O objetivo principal é que os produtos da reforma agrária sejam industrializados e cheguem, assim, aos supermercados e à mesa da população brasileira.

Atualmente, fazem parte da lista de alimentos de origem familiar da rede municipal de ensino de São Paulo, o arroz Longo Fino, a farinha de mandioca, a carne suína, a banana nanica e prata, o suco de uva integral, o iogurte sabor morango e sabor frutas variadas, o fubá de milho e o arroz parboilizado orgânico.

 

Fonte: Portal Vermelho

 

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