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Produção de orgânicos no ES vai aumentar em 2014, diz governo

2 de dezembro de 2013

Há 21 anos, a família da produtora rural Selene Tesch resolveu mudar o jeito de trabalhar na roça: deixou de usar adubos químicos e agrotóxicos e investiu naprodução orgânica. O resultado são frutas e verduras mais saudáveis. Outras famílias tem seguido esse exemplo no Espírito Santo e hoje são 300 propriedadeslegalmente certificadas para produzir orgânicos. A expectativa do governo é de que, até o final de 2014, esse número dobre no estado.

A propriedade de Selene fica em Santa Maria de Jetibá, região Serrana do estado, onde há outras 69 que também são certificadas para esse tipo de produção. Em quatro hectares, chega a produzir 80 variedades de frutas, verduras e flores comestíveis. “A variedade é o essencial da propriedade, pois evita pragas e doenças. Praga não é uma doença, faz parte da agricultura orgânica. Quanto mais diversificada, melhor a produção e mais viçosas são as plantas”, disse Selene.

A produtora contou que até “barreiras verdes” foram feitas para que o efeito dos agrotóxicos usados em propriedades vizinhas não atingissem a produção orgânica. “As barreiras também funcionam como quebra ventos, que ajudam muito na produção”, explicou.

Ainda em Santa Maria de Jetibá, a família Reink foi outra que resolveu aderir a ideia e desfrutar dos benefícios da produção orgânica, principalmente para a saúde. A produtora rural Gerusa Reink contou que o marido sempre passava mal por causa dos agrotóxicos fortes. “Meu marido ficava intoxicado, sempre tinha que ir para o hospital. A mudança foi bem difícil para nós, pois plantamos dois anos sem podermos vender como orgânicos, mas deu tudo certo. Hoje estamos muito bem. Praticamente tudo mudou em nossa propriedade, mas tudo a pena”, disse.

O filho de Gerusa, Wellington Reink, ajuda os pais com as plantações. Ele explicou que a falta da “facilidade” proporcionada pelo uso de agrotóxicos exige mais trabalho na roça. “Nosso trabalho é duro mesmo, quase não temos tempo para descansar, só no final de semana mesmo. É bem trabalhoso, tem que cuidar bastante para não ter ataque de pragas e doenças. Mas gostamos de trabalhar com orgânicos, saúde em primeiro lugar”, disse.

Atualmente no Espírito Santo são apenas 300 propriedades que não usam veneno, mas até o ano que vem esse número deve dobrar. “Nós temos um planejamento na Secretaria de Estado da Agricultura, com parecerias com diversos órgãos e prefeituras, para chegarmos até o final de 2014 com 600 propriedades rurais certificadas para produzirem produtos orgânicos. Para reconhecer na hora da compra, o cliente deve ver o selo que certifica o produtor”, disse o gerente estadual de Agricultura Orgânica, Decimar Shultz.

Como se tornar um produtor orgânico
Para ser um produtor rural orgânico é preciso se adaptar. A propriedade precisa estar totalmente livre dos produtos agrotóxicos. Além disso, existem questões ambientais e trabalhistas. O processo é demorado e pode chegar a cinco anos.

“Em um primeiro momento é feito um plano de manejo, que é feito junto com a família do agricultor. Todo um planejamento é montado e o produtor faz um histórico da propriedade. Então é feito um processo de transição, quando ele vai aprender muitas coisas. Há uma carência de um ano até que a produção de uma propriedade orgânica seja considerada orgânica”, explicou Decimar Schultz.

Sesa vai monitorar uso de agrotóxicos
O governo do estado, através da Secretaria de Saúde (Sesa), lançou o programa “Programa Monitorando Alimentos no Espírito Santo”, no dia 26 de novembro. Uma parceria feita inclui ainda a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo a Sesa, o objetivo é implantar a análise de resíduos de agrotóxicos de alimentos in natura produzidos no estado e comercializados em supermercados e na Ceasa, que são os principais pontos de distribuição desses produtos para a mesa do capixaba.

A Sesa também já está finalizando processo de compra de serviços laboratoriais para a realização das análises. A expectativa é de que o programa esteja pronto para ser operacionalizado em 2014

Fonte: G1

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