Produção sustentável é desafio para indústria brasileira

  A implementação da logística reversa, em que o material utilizado na fabricação de um produto volta para a ponta inicial, é um dos maiores entraves para que a indústria se torne sustentável. Durante o 8° Meeting de Inovação em Alimentos promovido pelo Conselho de Agroindústria (Conagro) da Fiergs, a doutora em Administração e Mestre em Agronegócios pela UFRGS, Daiane Neutzling, explicou que “somente entendendo e aplicando o conceito de economia circular será possível que as fabricantes, ou outros segmentos do setor industrial reaproveitem os resíduos sólidos dos produtos utilizando-os como insumo  na confecção de novos itens”.

 Segundo o coordenador do Conagro, Marcos Oderich, o objetivo do evento é atualizar acadêmicos, técnicos e empresários sobre as tendências que apontam métodos sustentáveis de produção e aplicação de maiores inovações, com menos investimento, no dia a dia das empresas. “Queremos dar um upgrade nas indústrias do Estado. Tudo custa dinheiro e energia, mas é preciso pensar na elaboração e depois no reaproveitamento das embalagens dos produtos”, explica Oderich, destacando que apesar de muitas empresas já realizarem separação e reciclagem de materiais, principalmente as pequenas, ainda não aderiu à iniciativa por falta de infraestrutura. “Ainda há muito desperdício. O mais importante é o poder público entender a complexidade do que é esse processo e acompanhar o dia a dia e o método produtivo das industrias, além de apenas fiscalizar”, sugere.

 O evento na Fiergs alertou ainda para a necessidade de inovação de produtos que supram demandas do mercado consumidor, como, por exemplo, o de alimentos saudáveis e orgânicos. Este segmento, que deixou de ser nicho para ser tendência, quando a medida é a demanda, já cresce 35% ao ano e movimenta U$ 2 bilhões no País. “No entanto, o volume produzido ainda é muito baixo”, contrapõe o consultor em agronegócios Ming Chau Liu, que palestrou sobre Oportunidade de Negócios para Produtos Orgânicos Brasileiros. 

Fonte: Jornal do Comércio