Rede comunitária para acesso ao mercado pelos produtores orgânicos

Rede Ecovida incentiva a agricultura familiar agroecológica

20 de maio de 2013

Feira de Brusque comercializa produtos da Rede Ecovida/ Foto: Divulgação / Fernando Angeoletto)

Há 14 anos, a Rede Ecovida foi criada para conectar diversas organizações e grupos da Região Sul do Brasil que tinham em comum o histórico de contestação ao modelo de produção agrícola imposto pela revolução verde. Contrários, por exemplo, à mecanização do campo, ao uso de insumos industriais e à alteração genética de sementes, estes grupos se organizaram com o objetivo principal de trabalhar a favor da agroecologia. Além de colocar em prática a certificação participativa, a Rede Ecovida desenvolve ações para incentivar e fortalecer a agricultura familiar de produtos orgânicos.

A estrutura da Rede Ecovida é formada, hoje, por 28 núcleos regionais distribuídos por 4 estados do país: São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Compostos por grupos familiares e entidades de apoio, estes núcleos são como células da trama, responsáveis por desenvolver, multiplicar e regular, entre si, a agricultura familiar de orgânicos. Charles Lamb, um dos coordenadores da Rede Ecovida, explica que o trabalho de suporte e incentivo à produção orgânica se dá desde a questão técnica até a comercialização dos produtos. “Não visamos apenas a questão técnica. Pensamos em todo o conjunto de políticas e processos que são demandados para manter famílias no campo e democratizar o acesso a produtos orgânicos”, diz.

Lamb explica que existem, basicamente, três etapas de produção desenvolvidas de maneira conjunta pela rede. A primeira é responsável por adequar e desenvolver as técnicas da própria unidade de produção familiar. A segunda, por viabilizar a otimização da produção, agregando valor ao produto. Ou seja, transformando, por exemplo, um tomate em molho, evitando o desperdício da fruta. E, por fim, a terceira que trabalha o desenvolvimento de uma logística própria de comercialização para diferentes mercados. Lamb diz acreditar que, com estas três fases organizadas, é possível aumentar o abastecimento de produtos orgânicos no mercado e reduzir, assim, os custos para o consumidor. “Quanto maior for o número de famílias produzindo com esta estrutura, mais democratizado será o acesso ao produto orgânico”, afirma.

Box de produtos agroecolológicos / Foto: Divulgação/ Fernando Angeoletto)

Para garantir ao consumidor que os produtos desta estrutura agrícola familiar cumpram com as exigências do sistema qualitativo de garantias da legislação federal dos orgânicos, a Rede desenvolveu a certificação participativa. O sistema funciona a partir de visitas cruzadas, realizadas por comissões de ética vinculadas a cada núcleo da rede, que fiscalizam e certificam a produção alheia. Lamb conta que este sistema de autorregulação alcançado a partir das visitas cruzadas, promove, entre as famílias, um senso de corresponsabilização e ética.

A Rede Ecovida, a partir destas ações, está possibilitando que uma estrutura de produção agrícola familiar ecológica se construa e se fortaleça com competitividade no mercado. É do interesse de todas as organizações e grupos envolvidos, que esta rede cresça e continue mantendo os pequenos produtores no campo. Por isso, é, também, papel da Ecovida incentivar que novas famílias tenham a iniciativa de adotar praticas de cultivo ecológico, auxiliando os processos de iniciação e transição para novas culturas. Charles Lamb orienta que as famílias interessadas em fazer parte da Rede Ecovida procurem o núcleo da rede mais próximo de sua localidade. Para mais informações, acesse o site: http://www.ecovida.org.br/.

Fonte: Rede Globo

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