Rede comunitária para acesso ao mercado pelos produtores orgânicos

São Paulo implementa protocolo de transição para agroecologia

9 de agosto de 2018
Foto: Sylvia Wachsner

Em São Paulo, onde há um protocolo para a transição, já chega a 2.038 o número de propriedades com agricultura orgânica. Aracy Kamiyama foi a representante da Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo em uma audiência pública realizada na última terça-feira (7) e explicou que o protocolo de transição traz “diretivas técnicas” que orientam o agricultor a implementar as mudanças efetivamente.

Tais diretivas preveem práticas de conservação do solo, controle de erosão, uso de fertilizantes orgânicos e adubos verdes, uso racional e aproveitamento da água, manejo ecológico de pragas e doenças, correta destinação de resíduos sólidos e adesão ao programa de regularização ambiental (PRA).

Aracy Kamiyama, representante da Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo. Foto: Will Shutter/Câmara dos Deputados

“É um check-list com verificações continuadas em campo. O prazo para a transição é de cinco anos e, a partir das avaliações, o agricultor recebe uma declaração de que está em transição ou o certificado de transição efetiva”, explicou Kamiyama .

O estado busca agora aperfeiçoar os arranjos institucionais para acelerar a transição: além de feiras, há o esforço para colocar a produção orgânica nos programas de compras públicas, como o de merenda escolar, por exemplo.

Distrito Federal

O presidente da Emater-DF, Roberto Carneiro, explicou que a própria instituição – ainda com muitos técnicos que só seguiam os métodos convencionais – está em fase de transição com foco nas ações agroecológicas de extensão rural pública. Já o trabalho em campo, com os agricultores, é voltado para o intercâmbio e a difusão de técnicas por meio de unidades de experimentação e de excursões a propriedades de produção orgânica. “Quem vê pensa logo em mudar as práticas”, afirma.

Níveis

O chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo Morandi, acrescentou que há vários níveis de transição: aumento da eficiência das práticas, redesenho do agrossistema e substituição de insumos e práticas. Também citou exemplos bem-sucedidos de morango, maçã e vinho em sistema de “produção integrada agropecuária”, que usa insumos químicos da forma correta.

Ele argumentou que, se corretamente prescritos e manuseados, os agrotóxicos podem ser usados dentro dos critérios de boas práticas e de uso racional desses produtos.

Fernando Alonso, representante da empresa Native, que cultiva a cana de açúcar na Usina São Francisco, no interior de São Paulo, apontou entre as práticas sustentáveis adotadas: a colheita sem queimada, a integração à vegetação nativa, a adubação verde com rotação de cultura e a extração apenas dos açúcares. “Todos os outros nutrientes são reciclados e voltam para o campo, com resultados positivos na redução das emissões de carbono, na produção de água (rios) e na recuperação da fauna”, completou.

Nota: Aracy Kamiyama é a autora do estudo “Produto orgânico – Vamos falar sobre comercialização” publicado pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) através do seu Centro de Inteligência em Orgânicos. Acesse a publicação completa clicando aqui

Fonte: Agência Câmara Notícias

Veja outras matérias similares:

Adequação ambiental na produção pecuária

SNA se posiciona sobre PL que restringe venda de orgânicos

Para especialista, produtores de orgânicos precisam melhorar sua relação com os consumidores

Boletim de notícias

Cadastre-se e receba novidades.