Rede comunitária para acesso ao mercado pelos produtores orgânicos

Se consolidam as grandes marcas de alimentos, mas os consumidores ainda desconfiam

31 de março de 2015

Por Sylvia Wachsner, Coordenadora CI Orgânicos

 

Se por um lado vivenciamos a consolidação da indústria de alimentos processados, com o resultante ganho de escala e acesso a novos mercados, pelo outro, marcas ícones como Coca-Cola e McDonald’s vem diminuindo seus resultados financeiros. A grande indústria de alimentos está sendo questionada pelos consumidores, que na procura de uma alimentação mais saudável, adquirem produtos orgânicos, naturais, mais frescos e contendo ingredientes de fácil reconhecimento.

Então, qual é a importância da compra da Kraft Foods, pela H.J. Heinz, do Warren Buffett, o homem mais rico do mundo, e o fundo privado 3G Capital Partners LP, de empresários brasileiros? Como este negócio, calculado em torno de US$ 49 bilhões, apontado como o terceiro maior no setor de alimentos e bebidas dos Estados Unidos que junta os cereais da Kellogg, o cream cheese Philadelphia e o ketchup da Heinz, mudará o cenário das grandes marcas alimentícias?

                                              9247607639_63849e0d5d_z

As pessoas associam que uma boa saúde está relacionada aos alimentos que ingerem. Produtos menos processados, mais saudáveis, caíram na graça dos consumidores no Brasil e no exterior. O cenário da indústria de alimentos vai mudando, grandes procuram adquirir marcas menores de rápido crescimento. Assim, a empresa francesa Nutrition et Santé, líder europeia em “bem estar e saúde”, e subsidiária do grupo japonês Otsuka Pharmaceutical, comprou a paranaense Jasmine, que produz alimentos orgânicos, integrais e funcionais. A norte-americana Campbell Soup, oferece seis linhas de sopas orgânicas, fruto de aquisições de pequenas marcas de alimentos. E no final de 2014, a multinacional General Mills, comprou a novata Amy’s Kitchen, especializada em alimentos orgânicos e naturais. No Brasil e no exterior, o “bem estar e saúde” e as opções de alimentos mais saudáveis e naturais, modificam as tradicionais gôndolas dos supermercados.

A desconfiança dos consumidores com os produtores altamente processados, o questionamento sobre se afinal são alimentos de verdade e a preferência por alimentos sustentáveis, abrem espaço para inovação e investimento em novas marcas.

Mas voltemos à Kraft Foods, e especulemos como os brasileiros da 3G Capital Partners LP, conhecidos pela gestão pautada pela eficiência e o corte de custos poderiam redirecionar a empresa. A Agência Reuters, em artigo publicado no dia 27 de março de 2015, levanta a hipótese de novas aquisições e cita as norte-americanas Hains Celestial e WhiteWave, de alimentos orgânicos e naturais, como possíveis alvos. Será?

Boletim de notícias

Cadastre-se e receba novidades.