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Transformando lixo em abudo

25 de abril de 2011

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Bauru, desenvolveram um aparelho capaz de transformar lixo orgânico em adubo. Esse processo de reutilização das sobras é conhecido como compostagem e é usado como alternativa para fertilizar o solo em pequenas propriedades.

Normalmente, a compostagem consiste em depositar cascas de frutas ou restos de vegetais no solo, e a decomposição natural, provocada por bactérias, cria o adubo. No entanto, a prática causa mau cheiro e atrai insetos. A técnica desenvolvida na Unesp tem a vantagem de ser feita num contêiner fechado, e não gera nenhum desses problemas.

“A ideia não é ter um desses em casa”, explicou ao G1 João Perea Martins, pesquisador responsável pela parte de automação da invenção. “A preocupação é dar um destino mais correto para o lixo gerado pelas empresas”, completou o professor. Se não for bem tratado, o lixo gerado pela indústria alimentícia pode se tornar um fator de poluição.

O aparelho

O lixo fica armazenado num contêiner fechado, onde o processo ocorre naturalmente. As bactérias presentes no próprio material orgânico o consomem. Quando o processo termina, o material que resta pode ser usado como fertilizante.

A grande preocupação que se deve ter durante a transformação é com os níveis dos gases dentro do contêiner. As bactérias consomem oxigênio e liberam gás carbônico. Por isso, é necessário saber a hora certa de injetar oxigênio para dentro do contêiner.

No protótipo, os pesquisadores usaram um analisador de gás. A máquina mede os níveis de oxigênio e revela os momentos ideais para a realização das trocas de gases. Quando o oxigênio dentro do contêiner deixa de ser consumido, é sinal de que as bactérias já consumiram todo o alimento que podiam e morreram de fome. Isso significa que todo o lixo foi transformado em fertilizante e ele pode ser retirado.

“A gente viu que o processo é factível”, ressaltou Perea. Porém, o analisador de gás usado no protótipo custa cerca de R$ 100 mil e é economicamente inviável. O próximo passo dos pesquisadores é aplicar um tipo mais barato de analisador para, depois, testar o fertilizante em alguma cultura. Para ter utilidade prática, a máquina deverá ainda ser bem maior que o protótipo construído.

Além de Perea, participaram do projeto os professores de engenharia Jorge Akutsu – hoje na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), em SP – e Adilson Renofio e o químico Gilberto Castilho Filho.

fonte: Agrolink

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