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Agricultura regenerativa e o cultivo do Baru

12 de fevereiro de 2019

Entusiasmado com os métodos holísticos de agricultura regenerativa que vão além dos padrões da agricultura orgânica, Vinicius fundou, há cerca de quatro anos, o Sitião Agroflorestal.

“Começamos a conversão de um sistema de cultivo convencional, principalmente de cana-de-açúcar, para um em que estamos 100% comprometidos com um impacto regenerativo eco-social”, disse Vinicius Biagi Antonelli, terceira geração de fazendeiros de cana de açúcar.

A agricultura regenerativa pode ter muitos benefícios, incluindo a recuperação da biodiversidade e a melhoria dos níveis freáticos. Trabalha-se com a natureza, não contra ela. Com outros entusiastas da agricultura regenerativa,  Vinicius deu início a pilotos perto da região de Ribeirão Preto, considerada a capital do agronegócio do brasileiro.

No Sitião Agroflorestal Vinicius também está colhendo cúrcuma, moringa, ginseng e outros alimentos nutritivos sem adicionar, à terra, nenhum produto químico tóxico.

“Estamos observando a reação e o desempenho de dezenas de sementes diferentes que colocamos no solo”, disse ele. Os benefícios da agrofloresta são incontáveis. Um sistema agroflorestário sustentável e integrado tem o poder de aumentar a disponibilidade de água na região. O projeto não está apenas regenerando o solo para desenvolver cultivos saudáveis, mas plantando água como subproduto. O plano é construir um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Agricultura Sintrópica e Agrofloresta, que conectaria vários grupos e parcerias agrícolas em diferentes biomas e ecossistemas do país, incluindo a Amazônia, a Caatinga e a Mata Atlântica.

Ao visitar, o ano passado o Sitião Agroflorestal, Ricardo Pavan da Labra Conectando o Mundo,  empresa sediada na Califórnia,  soube imediatamente que era um parceiro perfeito para se juntar à cadeia de suprimento sustentável para o baru e outros superalimentos.

Baru é uma fruta do Baruzeiro, uma árvore grande que tem raízes profundas e uma excelente capacidade de proteger os valiosos aqüíferos no bioma Cerrado. Infelizmente, a expansão intensiva de soja e das operações pecuárias na área afetaram o baruzeiro e seu ecossistema. A castanha de baru é virtualmente desconhecida fora de sua região nativa de Cerrado no Brasil, mas é um alimento básico em dietas locais. Ele contém 24% do seu peso de proteína digestível, além de ácidos graxos essenciais, antioxidantes, vitamina E, magnésio, potássio, zinco e fibras.

Em parceria com a Sitião Agroflorestal, a Pavan tem como objetivo criar uma cadeia de fornecimento sustentável e localmente benéfica, para que a alta demanda não aconteça às custas de outros ecossistemas e plantas nativas.  A chave para que a agricultura regenerativa tenha sucesso no Brasil (e em outros lugares) será uma mudança de mentalidade, que é possível executar projetos produtivos não apenas usando métodos que substituam fertilizantes e pesticidas sintéticos por insumos não-tóxicos, mas adotando a biodiversidade.

Fonte, leia a noticia completa: Organic Wellness News.

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