Agricultura regenerativa e o cultivo do Baru
Entusiasmado com os métodos holísticos de agricultura regenerativa que vão além dos padrões da agricultura orgânica, Vinicius fundou, há cerca de quatro anos, o Sitião Agroflorestal.
“Começamos a conversão de um sistema de cultivo convencional, principalmente de cana-de-açúcar, para um em que estamos 100% comprometidos com um impacto regenerativo eco-social”, disse Vinicius Biagi Antonelli, terceira geração de fazendeiros de cana de açúcar.
A agricultura regenerativa pode ter muitos benefícios, incluindo a recuperação da biodiversidade e a melhoria dos níveis freáticos. Trabalha-se com a natureza, não contra ela. Com outros entusiastas da agricultura regenerativa, Vinicius deu início a pilotos perto da região de Ribeirão Preto, considerada a capital do agronegócio do brasileiro.
No Sitião Agroflorestal Vinicius também está colhendo cúrcuma, moringa, ginseng e outros alimentos nutritivos sem adicionar, à terra, nenhum produto químico tóxico.
“Estamos observando a reação e o desempenho de dezenas de sementes diferentes que colocamos no solo”, disse ele. Os benefícios da agrofloresta são incontáveis. Um sistema agroflorestário sustentável e integrado tem o poder de aumentar a disponibilidade de água na região. O projeto não está apenas regenerando o solo para desenvolver cultivos saudáveis, mas plantando água como subproduto. O plano é construir um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Agricultura Sintrópica e Agrofloresta, que conectaria vários grupos e parcerias agrícolas em diferentes biomas e ecossistemas do país, incluindo a Amazônia, a Caatinga e a Mata Atlântica.
Ao visitar, o ano passado o Sitião Agroflorestal, Ricardo Pavan da Labra Conectando o Mundo, empresa sediada na Califórnia, soube imediatamente que era um parceiro perfeito para se juntar à cadeia de suprimento sustentável para o baru e outros superalimentos.
Baru é uma fruta do Baruzeiro, uma árvore grande que tem raízes profundas e uma excelente capacidade de proteger os valiosos aqüíferos no bioma Cerrado. Infelizmente, a expansão intensiva de soja e das operações pecuárias na área afetaram o baruzeiro e seu ecossistema. A castanha de baru é virtualmente desconhecida fora de sua região nativa de Cerrado no Brasil, mas é um alimento básico em dietas locais. Ele contém 24% do seu peso de proteína digestível, além de ácidos graxos essenciais, antioxidantes, vitamina E, magnésio, potássio, zinco e fibras.
Em parceria com a Sitião Agroflorestal, a Pavan tem como objetivo criar uma cadeia de fornecimento sustentável e localmente benéfica, para que a alta demanda não aconteça às custas de outros ecossistemas e plantas nativas. A chave para que a agricultura regenerativa tenha sucesso no Brasil (e em outros lugares) será uma mudança de mentalidade, que é possível executar projetos produtivos não apenas usando métodos que substituam fertilizantes e pesticidas sintéticos por insumos não-tóxicos, mas adotando a biodiversidade.
Fonte, leia a noticia completa: Organic Wellness News.