Com certificação participativa, produção orgânica cresce na Bahia

A produção orgânica da Chapada Diamantina, na Bahia, cresce ano a ano. Para conseguir o selo orgânico, que ajuda nas vendas, muitos agricultores estão adotando a certificação participativa. O agrônomo Érico Sampaio cultiva oito hectares de morango e se diz um apaixonado pela produção sem agrotóxicos. Para tocar o cultivo, ele conta com a ajuda dos filhos, que são estudantes da área de agrárias. Hoje são 20 mil pés, mas a ideia é chegar a 35 mil.
Érico vende a caixa de morango por R$ 12, mas o valor poderia ser mais alto se ele já tivesse o selo de conformidade orgânica do Ministério da Agricultura – uma garantia oficial de que o alimento foi produzido de acordo com as regras orgânicas.
O problema é que o método de certificação mais comum, feito por auditoria, é caro para os pequenos produtores: cerca de R$ 15 mil por propriedade. É aí que entra a certificação participativa.
Nesse modelo, que vem ganhando força no Brasil, o selo orgânico continua sendo concedido pelo Ministério da Agricultura. A diferença é que o trabalho anterior à certificação é feito pelos agricultores e não por uma empresa contratada, o que reduz, e muito, os custos do processo.
No sistema participativo, os próprios agricultores se fiscalizam, fazendo inspeções rotineiras. Um grupo de pessoas deve fiscalizar todas as propriedades do grupo pelo menos uma vez por ano. É a chamada visita de pares.
Quando uma falha é encontrada na propriedade, o agricultor recebe um prazo para corrigir o problema. E, caso não corrija, perde a certificação.
Quem quer o selo orgânico recebe ainda uma segunda vistoria, feita por produtores de uma associação credenciada pelo Ministério da Agricultura. Eles repassam tudo o que foi anotado na visita de pares e só no final vem o resultado. De tempos em tempos, as propriedades também podem ser fiscalizadas pelo Ministério da Agricultura.
A certificação orgânica pelo processo participativo existe há oito anos e já regularizou mais de cinco mil produtores em todo o país. Com o selo, os agricultores ganham também uma espécie de passaporte para vender seus produtos em todo o país.
O cultivo orgânico dá mais trabalho. Por outro lado, o agricultor consegue vender os produtos por um preço um pouco melhor. Na Chapada, os agricultores alcançam uma margem de lucro de cerca de 30%.
Assista ao vídeo com a reportagem completa feita pelo programa Globo Rural em https://glo.bo/2sMF5Wr.
Fonte: Globo Rural
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