Continua o crescimento mundial dos alimentos orgânicos

Em 2018 continuo o crescimento global do mercado de produtos orgânicos e os Estados Unidos consolidaram sua posição de liderança. A Ecovia Intelligence projeta que o comercio de alimentos orgânicos deve superar US $ 50 bilhões pela primeira vez neste ano.
A demanda por alimentos orgânicos está se fortalecendo. Segundo a OTA (Organic Trade Association), 83% das famílias norteamericanas compram produtos orgânicos que representam 5% do total de vendas dos alimentos no varejo.
Pesquisas realizadas com consumidores demonstram que a conscientização sobre os métodos de produção orgânica e o desejo que consumir alimentos mais saudáveis são o principal motor de compras. As preocupações com o uso de pesticidas, organismos geneticamente modificados e hormônios de crescimento são os principais motivos da compra nos EUA.
No Brasil, 64% dos consumidores compram alimentos orgânicos, por serem considerados mais saudáveis. Os millennials, representando, em alguns países, mais da metade dos compradores de alimentos orgânicos, exercem uma influência maior.
As marcas próprias dos varejistas investem nos alimentos orgânicos, assim as principais marcas, na América do Norte, são de propriedade dos supermercados. A Kroger anunciou recentemente que sua marca Simple Truth de alimentos naturais e orgânicos ultrapassou, em 2018, US $ 2 bilhões em vendas.
Na América Latina, o Pão de Açúcar é o principal varejista e esta rede brasileira também comercializa orgânicos sob sua marca própria Taeq. O grupo varejista francês Carrefour planeja tornar-se o principal varejista no mundo, e espera alcançar a meta de vendas e US $ 6 bilhões até 2022.
As empresas multinacionais exercem a maior influência no mercado de alimentos orgânicos. Aquisições tem sido o modus operandi de muitas e quase todas as principais marcas da América do Norte estão agora em suas mãos. À medida que o mercado de alimentos orgânicos se expandiu, as taxas de transação passaram de milhões para bilhões; A Danone pagou US $ 12,5 bilhões pela Whitewave Foods no ano passado, enquanto a Amazon comprou a Whole Foods Market por US $ 13,7 bilhões.
A tendência de aquisição se espalhou para outras regiões. A Unilever adquiriu a Mãe Terra e a Pukka Herbs no ano passado. A Mãe Terra é uma das marcas líderes de alimentos orgânicos no Brasil, enquanto a Pukka Herbs é uma empresa de chá orgânico do Reino Unido. A Jasmine, outra marca pioneira de alimentos orgânicos, foi comprada pela japonesa, Otsuka Pharmaceutical. Aquisições semelhantes estão ocorrendo na Ásia.
A entrada de grandes empresas de alimentos (e varejistas on-line) está facilitando a distribuição dos orgânicos. No entanto, os padrões continuam sendo um impedimento ao comércio global. O Brasil, por exemplo, está ficando isolado como exportador e importador, pois o país não possui acordos de equivalência para seus produtos. No outro lado, os EUA se tornaram exportadores internacionais de alimentos orgânicos, em parte porque entraram em vários acordos comerciais.
Culturas orgânicas são cultivadas em 178 países, com 87 padrões nacionais. Uma preocupação é a falta de harmonização entre esses padrões nacionais, bem como o crescente número de padrões privados.
Um acontecimento importante nos EUA, neste ano, foi o lançamento do esquema de Certificação Orgânica Regenerativa. Desenvolvido pelo Instituto Rodale, a nova certificação agrega justiça social, bem-estar animal e saúde do solo à padronização orgânica existente do USDA, e conquistou o apoio de 42 marcas orgânicas líderes. Da mesma forma, o padrão Demeter está ganhando força em partes da Europa e da Australásia. Esses standards estão se tornando populares entre as empresas pioneiras do movimento orgânico que buscam ir além das regulamentações nacionais.
À medida que o mercado global de alimentos orgânicos continua a se expandir, a Ecovia Intelligence espera que o número de standards nacionais e privados cresça.
Fonte: Ecovia Intelligence, veja a Global OFD 1218
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