Rede comunitária para acesso ao mercado pelos produtores orgânicos

Setor produtivo de nozes e castanhas busca apoio da Embrapa para alavancar mercado no Brasil

18 de fevereiro de 2019
Foto: CI Orgânicos/OrganicsNet

Gostosas, nutritivas e feitas sob medida para o mercado de alimentos saudáveis e funcionais, que cresce a passos largos no mundo – 12,3% ao ano, em média, de acordo com dados da agência Euromonitor International – as nozes, castanhas e frutas secas ainda não têm o mercado que merecem no Brasil. Enquanto o volume de exportações do Chile, por exemplo, cresceu seis vezes em 10 anos (2007-2017), o do Brasil ficou estagnado em aproximadamente US$ 200 milhões.

Das oito nozes e castanhas mais consumidas no mundo (avelã, amêndoa, amendoim, pecã, pistache, macadâmia, castanhas e nozes), quatro são produzidas no Brasil: a de caju, do Brasil (também conhecida como do Pará), macadâmia e noz pecã. Mais recentemente, o baru, que é uma castanha originária do bioma Cerrado, vem ganhando espaço no mercado interno, mas ainda não é reconhecida no exterior. No mundo, esse mercado movimenta cerca de US$ 35 bilhões e cresce cerca de 6% ao ano.

Como explica o Presidente da Associação Brasileira de Nozes e Castanhas e Frutas Secas (ABNC), José Eduardo Camargo, “na Califórnia, por exemplo, a produção de amêndoas, pistache e nozes ocupa uma área superior a 560 mil hectares e gera benefícios financeiros da ordem de US$ 10 bilhões”.

O Brasil ainda está muito longe disso mas há muito potencial de crescimento. O Brasil já foi o maior produtor mundial de castanha do Pará, com 23% do cultivo mundial, mas hoje está em oitavo lugar nesse ranking.

De olho no mercado orgânico

Camargo destaca que as castanhas e nozes merecem um espaço mais solene no cenário agrícola brasileiro. Além de fontes comprovadas de gordura boa, todos os anos novas pesquisas comprovam mais benefícios desses produtos, como redução do colesterol e de triglicerídeos no sangue, entre outros.

A ABNC tem como objetivo estreitar o contato com parceiros nas áreas de pesquisa, desenvolvimento e fomento no País. Em recente visita na Embrapa destacaram a necessidade do desenvolvimento de soluções biológicas e sustentáveis para o controle de pragas e doenças dessas oleaginosas. “Precisamos entrar com força no mercado de produtos orgânicos, mas ainda somos muito dependentes de defensivos químicos no Brasil”, ressaltou Camargo, lembrando que o desenvolvimento de variedades com tolerância à seca também está na mira da ABNC.

Leia a noticia completa, Revista Cultivar

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